Prof. José Júlio da Silva Ramos



PROFESSOR JOSÉ JÚLIO DA SILVA RAMOS

Um Mestre

 

O grande Mestre foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras ( www.academia.org.br ), em palestra proferida pelo professor Evanildo Bechara, no Ciclo de Conferências sobre os Fundadores da ABL, que discorreu sobre a vida do velho professor, meu avô.

SÊDE SÁBIOS SE O PUDERDES SER, MAS, ANTES DE TUDO, SÊDE BONS"

 


 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

José Júlio da Silva Ramos nasceu no Recife em 6 de março de 1853.
Era filho do médico Dr. João da Silva Ramos, pernambucano, e de D. Emilia Augusta Ramos, portuguesa.
Passou a infância em Portugal, onde, após terminar o curso de humanidades, na Escola Acadêmica de Lisboa, matriculou-se, em 1872, no curso jurídico da Universidade de Coimbra, formando-se em 1877.
regressou ao Brasil em 1881, fixando-se no Rio de Janeiro, onde se iniciou como professor, lecionando línguas estrangeiras.
Ocupou o cargo de inspetor de escola de 1890 a 1894 e, em 1899, foi nomeado Diretor e professor de Filosofia do Ginásio Fluminense em Petrópolis.
Em 1903 ingressou na qualidade de professor substituto no Colégio Pedro II, onde, mais tarde, recebeu, por concurso, a cadeira de português.
Profundo conhecedor da língua, passou a existência a ensiná-la. E a ensinava de um modo muito especial, pois não dava importância aos compêndios de gramática. Por isso atraía a atenção e o interesse dos alunos para a matéria, levando-os à leitura dos bons autores.
Várias gerações aprenderam o portugês com o professor Silva Ramos que, além do Pedro II, lecionou no Colégio Resende, no Sion e no Sacre Coeur.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 37, em que lhe sucederam Alcântara Machado e Getúlio Vargas.
Embora lecionasse muito, ainda encontrava tempo para dedicar-se à arte literária.
Colaborou em vários órgãos da imprensa brasileira e portuguêsa, como "O Paiz", "A Gazeta", "A Semana" e outros.
Sob o pseudônimo de Julio Valmor escreveu na "Revista Brasileira" e "Revista da Academia de Letras"; em Portugal, escreveu para "O Ocidente", "Revista Ocidental", Diário da Manhã".
Avesso à publicidade, sua obra literária não pode ser medida pela quantidade e sim pela qualidade.
Foi exímio na arte epistolar e a imprensa constantemente lhe publicava as cartas dirigidas aos escritores que enviavam seus livros ao Mestre.
Foi um homem de extrema bondade.
A preocupação da prática do bem manifestava-se sempre em seus discursos de paraninfo.

Um homem notável esse meu Avô, a quem, com satisfação presto esta singela homenagem por ocasião de seu sesquicentenário!
A conferência sobre ele, proferida na ABL está em:
Ciclo de Conferências

1929: Colégio Resende :

"...nenhum problema dos maiores em cuja solução ainda empenhada a humanidade, considero de mais alto valor do que o da paz universal.
Como porém, há de o homem viver em paz com os outros homens, se não vive em paz consigo mesmo?
Se continua a alimentar as ruins paixões: a invenja, o ciúme, o ódio, os amores inconcessos que lhe vão corroendo todas as entranhas e afrouxando todas as fibras.
De mim, vos direi que, se me sentisse capaz de odiar quem quer que fosse, primeiro, me odiaria a mim mesmo.
Alistai-vos nos exércitos da paz, propagai aos idéias de concórdia em todos os meios em que vos encontrardes: na família, nos grêmios, nas academias, nos congressos..."
SÊDE SÁBIOS SE O PUDERDES SER, MAS, ANTES DE TUDO, SÊDE BONS".


Um dos poucos livros que tenho do velho Professor; sua leitura é agradável e leve.

A dedicatória é para sua mulher Hylda, em 30/12/1922

O prefácio á dá idéia da leveza do texto
 

Mário Barreto, famoso escritor, teve um dos seus livros prefaciado pelo Professor


 
Aqui vemos início e fim de "No ádito", prefácio do livro acima.

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